o sim e o não, o alfa e o ômega, o homem e a mulher, a langue e a parole, o yin e o yang.

24 outubro 2010

Política, política e política

Tudo na mesma época: eleições, greve dos servidores públicos de São José dos Pinhais e Tropa de Elite II. Estive envolvido quase que 24 horas por dia com política – e olha que logo na minha primeira postagem por aqui me declaro apolítico. Na verdade, não gosto de me engajar politicamente; por dois motivos: não entendo da coisa (e o pior: não me interesso em entender) e (pelo pouco que sei) por saber que política é feita de todo mundo e esse todo mundo não está muito interessado em fazer diferente ou, pelo menos, em entender como as coisas estão funcionando.

O filme Tropa de Elite II é uma ótima ferramenta para desmotivar todos os lampejos de esperança em relação à política daqueles que, como eu, tiveram um momento de reflexão e concluíram que tem algo de errado no mundo e que algo precisa ser feito. A maneira como a corrupção de caráter está entranhada na política de nosso país é algo (na minha opinião nessa semana) insolúvel; teria que haver uma mudança na forma de pensar de toda uma população, uma mudança de postura, de valores. Talvez (sejamos otimistas), as próximas gerações, uma a uma, despertem aos poucos essa consciência e daqui algumas décadas isso tudo mude.

Enquanto isso, os servidores públicos de São José dos Pinhais ficaram mais de uma semana em greve – na tentativa de fazer mudar um pouco o que está errado no nosso país. As leis que regem os cargos e salários dos servidores de São José dos Pinhais estão desatualizadas e (em minha opinião) desmotivadoras. Com a revisão feita em 2004, cargos foram extintos e novos cargos foram criados; o problema se deu com os servidores contratados para esses antigos cargos: eles recebem menos que os que hoje são contratados para fazer as mesmas funções e/ou, no caso de vacância de suas vagas, empregados terceirizados são contratados.

A política de terceirizações empobrece a qualidade do serviço e, pior, abre muita margem para que o dinheiro público seja desviado. Sei que há teóricos políticos que defendem a descentralização do serviço público, que não deveria caber ao Estado a responsabilidade de todo tipo de prestação de serviço, que as terceirizações agilizam muitos processos – dada a necessidade de impessoalidade e, consequentemente, da burocracia do serviço público –, mas, por outro lado, esses mesmos teóricos são contra as altas taxas de impostos cobradas pelo Estado. Ou seja, se o dinheiro arrecadado for bem aplicado, não há a necessidade de terceirizações; o próprio serviço público pode ser prestado com qualidade. Mas não é o que pensam os neo-liberais. Não tenho embasamento suficiente para me enveredar por essa discussão, mas acho ela bastante produtiva.

Na verdade, cada um desses temas cabem em uma redação só pra ele, mas eu não estou de verdade preocupado em discutir essas mesmas coisas. Não faço questão de me lembrar disso no futuro, por isso não vou desenvolver a fundo esses temas. Registro aqui apenas para poder lembrar que minha esperança na política desse país diminui com o passar dos anos.

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